full screen background image

Delegado investigado em Campinas pode se apresentar, diz advogado

Defensor alega que o policial está com depressão e internado em clínica.
Na terça-feira, operação prendeu policiais civis suspeitos de corrupção.

O delegado do 4º Distrito Policial de Campinas (SP) que teve a prisão decretada na operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil pode se entregar nesta quarta-feira (27), informou a defesa do policial.

À EPTV, afiliada da TV Globo, o advogado do delegado Mário Bérgamo disse que há 30 dias ele está afastado do trabalho por estar com depressão. Disse ainda que o policial está internado em uma clínica na região, mas o nome da cidade não foi informado. O defensor ressaltou que ele se entregará, mas se receber alta médica. Além do delegado, um investigador do 2º Distrito Policial continua foragido.

A 2ª Delegacia Auxiliar da Corregedoria e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP investigam denúncias de corrupção policial, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva. Apuram ainda que policiais destacados para identificar os responsáveis pelo mega-assalto na Protege faziam ‘vistas grossas’ nos inquéritos sobre  crimes. A empresa de valores foi assaltada no dia 14 de março e o roubo teria rendido R$ 50 milhões aos criminosos, segundo a EPTV.

Operação Corregedoria e MP
Na operação deflagrada de terça-feira (26) pela força-tarefa quatro policiais civis e um advogado foram detidos. No final da tarde um escrivão se entregou na Corregedoria da Polícia Civil. Os agentes públicos detidos negam envolvimento com crimes.

A força-tarefa ainda tomou o depoimento de um homem suspeito de pertencer a uma facção criminosa que atua no estado de São Paulo e também preso na terça. Ele foi liberado após o depoimento por ter ajudado nas investigações.

Saco de dinheiro apreendido em operação em Campinas (Foto: Reprodução EPTV)

Saco de dinheiro apreendido em operação em Campinas (Foto: Reprodução EPTV)

R$ 410 mil com investigador
O Gaeco  disse que o dinheiro encontrado na casa de um investigador durante uma força-tarefa realizada entre o órgão e a Corregedoria da Polícia Civil  em Campinas pode ser proveniente de carro-forte pela quantia e forma como estava armazenado.

No total, foram encontrados em um saco R$ 410 mil. Segundo o promotor do Gaeco Amauri Silveira Filho, a partir disso surge uma vertente investigativa nova que é para saber exatamente a origem desse dinheiro.

“Não há qualquer explicação por parte dos envolvidos até o momento sobre uma possível origem lícita disso”, afirma.

No entanto, ele ressaltou que ainda não é possível afirmar se o dinheiro pertence à empresa de valores Protege, que foi assaltada no dia 14 de março. “Não tem como afirmar que esse dinheiro é de uma empresa ou outra empresa”, destaca.

O Caso
Nesta manhã de terça-feira (26), quatro policiais do 2º Distrito Policial que investigavam o caso do mega-assalto na Protege foram presos pela força-tarefa. Foram detidos também um integrante de uma facção criminosa e um advogado.

No final desta tarde, um escrivão do 4º DP, que também teve mandado de prisão expedido mas estava foragido, se entregou voluntariamente. No entanto, ele não investigava o caso do assalto na empresa de valores, que ocorreu no dia 14 de março.

De acordo com o delegado Sander Malaspina, foram cumpridos no município nove mandados de busca e prisão de dois inquéritos diferentes, um com sete alvos e outro com dois.

“Nesse primeiro inquérito são cinco policiais civis, um advogado e um investigado por corrupção ativa. No outro são dois policiais civis, um delegado de polícia e um escrivão”, afirma.

Dois suspeitos, um delegado do 4º DP e um investigador do 2º DP continuam foragidos.

Prisões
Durante a tarde, os quatro policiais foram levados para fazer exame de corpo de delito. Até o início da noite, três continuavam presos temporariamente e um foi preso em flagrante, já que uma quantia de R$ 410 mil foi encontrada na casa dele e ele não soube explicar a origem do dinheiro.

O integrante de uma facção criminosa que foi preso a pedido do Ministério Público foi solto no início da noite porque colaborou com as investigações.

Escutas telefônicas
De acordo com o promotor Jandir Moura Torres Neto, as investigações chegaram até os agentes públicos durante acompanhamentos de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça para apurar uma quadrilha que age no estado de São Paulo.

No entanto, o promotor e a Corregedoria da Polícia Civil não puderam detalhar os crimes praticados pelos policiais, já que as investigações estão em andamento.

Mega-assalto
O ataque a uma empresa de transporte de valores no bairro São Bernardo, em Campinas, no dia 14 de março, levou pânico aos moradores vizinhos na madrugada desta segunda-feira (14). Houve intensa troca de tiros na região da Protege. Parecia um cenário de guerra, segundo testemunhas.

Os ladrões teriam levado cerca de R$ 50 milhões da empresa, segundo estimativa não oficial obtida pela EPTV, afiliada da TV Globo. Ninguém foi preso.

A sede da empresa teve a fachada praticamente destruída e o telhado foi danificado. A quadrilha usou dinamites e armas de grosso calibre na ação. Os vidros de uma empresa localizada em frente à Protege foram todos quebrados.

Antes da fuga, a quadrilha queimou dois caminhões em alças de acesso para a Rodovia Anhanguera (SP-330) para quem segue de Indaiatuba para Campinas. Segundo a polícia, a ação foi para impedir a perseguição.

Um dos presos chega na sede da corregedoria em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)

Um dos presos chega na sede da corregedoria em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *